Tuesday, November 22, 2005

leitura precoce

um rei, desejando aquilatar o amor de suas filhas, pediu-lhes que o expressassem.
a mais velha falou primeiro e disse, eu quero tanto ao meu pai como o dia quer ao sol.
o rei ouviu e gostou. a segunda afirmou, eu quero tanto ao meu pai como os prados querem à chuva.
o rei ouviu e também gostou. e a mais nova disse, eu quero tanto ao meu pai como a comida quer o sal.
o rei ouviu e não gostou. de castigo mandou-a para as cozinhas. muito triste, a princesa chorou, chorou, até que a velha cozinheira foi em seu consolo: de hoje em diante não se põe sal na comida do rei.
e assim se fez. dia após dia o rei ia perdendo o gosto pela mesa e até pela vida. chamou então as filhas e disse-lhes, estou doente. sei que vou morrer. perdi a alegria, nem a comida me sabe bem.
foi então que a princesa castigada explicou, meu pai, a causa dessa tristeza é a falta do sal que nunca mais se pôs na sua comida. e, para que saiba que assim é, vou-lhe preparar uma refeição com o sal que lhe é devido.
à mesa, diante daqueles manjares, o rei comeu, comeu, riu e comeu e riu outra vez, como já não fazia havia uns tempos. então compreendeu o sentido da frase que a filha mais nova lhe dissera. abraçou-a e pediu-lhe perdão por castigo tão injusto.

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