Saturday, December 31, 2005

«o último poema»

assim eu quereria o meu último poema.
que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
a pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
a paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

manuel bandeira

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