Sunday, February 24, 2008

Gaivota em terra

Estava ao Saldanha, numa esquina espanejada pelo vento (varrida seria fácil e o vento não soprava tão forte que arrastasse até ao Marquês as palavras sussurradas ao Duque).
À distância, vi que, franzina de fome, vestia em camadas a roupa que já não cabia na mochila, volumosa de bens poucos e todos importantes.
Quando passei, pediu-me um cigarro ou uma moeda, não me lembro porque não dei.
Deixou a mão esquerda caída à espera do próximo transeunte e na mão direita agitava, antes de beber com moderação, uma garrafa de álcool. Etílico.