never tell the one you love that you do*
nunca digas gosto de ti, gosto de como a tua mão e depois a outra fazem o verão no meu corpo, gosto das coisas que existem porque mas mostraste, das que doem imensas e apequenas até desaparecerem saradas, gosto da tua voz nos intervalos dos ruídos do telemóvel e a única que oiço sobre as alheias, anónimas, das mesas em volta, gosto dos gestos atentos, dos imprevistos e dos sem medida, gosto de te escrever com mais adjectivos do que a literatura aprecia, gosto dos teus caracteres e da memória do telemóvel 97% cheia, gosto do «bom dia» às 8h05 - e, espanto, há dias bons a essa hora -, gosto dos beijos escritos, descritos, ditos, dados, dançados, obrigatórios, inevitáveis, necessários, por dar. nunca digas[.] gosto de ti.
1 Comments:
é, de facto, uma grande faixa.
muito sugestiva.
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