porquê? não sei.
não é o ter lido trezentas e setenta e oito páginas e não ter percebido o título do romance.
não são os naperons sobre a mobília impoluta, as jóias da família profana nos dedos e no armário da sala em que mulheres adoram a loiça que guardam ─ vou chamar-lhe altar ─, as árvores sempre as mesmas do outro lado da rua, os ecos das gerações ─ patentes ─ de ontem nos sustos das folhas cadentes, a distância mortífera do sexto andar esquerdo à calçada, o vizinho na janela.
não os almoços de que é arredondada a barriga dele, as mesas sobrepostas de vidro ou vidro mais cristalino, limoges ou pratos do dia e o senhor de jantar às sete e meia, bigode e espuma de super bock, a rotina-tradição.
não as histórias que ele inventa para o anel que traz no dedo ou se o usa quando escreve e o arrasta e com ele sublinha o papel, correndo riscos que a folha, branca, não tem.
não as histórias que ele inventa para o anel que traz no dedo ou se o usa quando escreve e o arrasta e com ele sublinha o papel, correndo riscos que a folha, branca, não tem.
é mais do que eu ─ sem filhos nem cão para passear, sem antepassados sobrestimáveis, só longos hipogeus de memórias pisadas, recalcadas, ébria de leite com chocolate, a pousar o livro ao lado para rascunhar, certa de que leio melhor do que me demoro em posts ─ sei dizer.
2 Comments:
isso cheira-me ao querido amigo lobo.
belo post.
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