Hoje não fui trabalhar
Hoje acordei de um sonho antes das 9h e preparei-me um lento e grande-pequeno-almoço. Hoje fui aos Correios e tinha quarenta pessoas (23 idosos à espera da reforma e cada um conhecia alguém mais velho do que o conhecido do anterior — ah, mas a Perpétua já tinha 108 anos —, 4 homens que se apressaram para o edifício das Finanças porque «depois de seis dias as cartas registadas são devolvidas», 2 homens pouco autónomos acompanhados pelas mães, 6 pais e filhos com mais vontade de se sentarem do que bancos disponíveis, 2 pares de namorados distraídos da contagem, 2 estrangeiros e 1 mulher de jeans com penugem na bainha e no cós) e cinquenta e três minutos para observação à minha frente. Hoje estendi a roupa ao sol. Hoje saí para comprar um biquíni. Hoje comprei uma saia que embrulharam em papel vegetal, um pacote de envelopes e metade de um biquíni. Hoje joguei Mikado com os fósforos que caíram da caixa. Hoje fiz soufflé de queijo e zapping.
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