Agora sem citações
Gostava de chegar ao fim e isto fazer sentido. Gostava de dizer, e que fosse verdade, que me entretenho com uma natureza morta e a decomponho e volto a arrumar a fruta e, ainda de cesto cheio, colorido, lhe espremo um sumo nutritivo, de laranjas e adjectivos mais ácidos, cascas duras e corações moles. Penso muito, pela calada, numa passividade de observadora, e penso muito em escrever, quando leio, quando acordo, quando nunca mais adormeço. Penso por nada e sem relevância, fico às aranhas, como uma barata tonta, num ritmo de lesma e hesitação (espantada por de lenta a lesta só ir uma fricativa e lerda ficar ainda a uma oclusiva oral de distância) e, a avaliar pela gradação das expressões que me ocorrem, estou certa de que escrever é um trabalho sujo, mas já em pequena eu gostava de pisar as poças.
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