insomnia iii

um post com insónia, dois posts com insónia, três posts com insónia.

insomnia ii

um café, dois cafés, três cafés, quatro cafés, ...

insomnia i

um cigarro, dois cigarros, três cigarros, quatro cigarros, ...

um blogue como a tv

vinte e dois rascunhos, nenhum post que se veja.

previsão do estado do tempo

à noite, algum fumo e muito nevoeiro.

não esquecer

post-it

ano internacional da física

«gravity cannot be held responsible for people falling in love.»

albert einstein

olhos de mãe

em casa, em frente ao espelho:

- Mãe, gosto mesmo desta t-shirt. é tão gira.

- pois é, é a condizer contigo.

auto-retrato #5

saltitante

prazer clandestino

i'm having it so much better with them.

ontem ultracozinhado

«chop suey», de edward hooper, 1929

na imagem, onde se lê «suey», leia-se «sushi»; a melhor sexta-feira de outono, 2005

betacismo em último grau

tinha um sotaque tão mal disfarçado que nos apontamentos de história escreveu «rei sol, luís xib».

(the) fall

o outono de alphonse mucha, 1896

castanhas assadas, mangas compridas, vento doce na cara, collants, folhas de barulho crocante no chão. logo que o verão vá embora, os dias hão-de ter outras coisas boas.

terrestre com osteoporose?

nenhum habitante da via láctea devia acusar falta de cálcio.

há catorze anos

o silêncio fúnebre depois da evocação foi o mais confortável de todas as refeições.

da falta de imunidade

a voz do stuart staples. a cantar, choramingar, até a ler listas telefónicas.

in the afterjob

«woman at table», de edward hopper, 1927

sentia-se tão sozinha que em vez de ser uma era metade.

vestir os sonhos

t-shirt de dormir

este conselho não vem na vogue

nunca comprar roupa experimentada em frente ao espelho em que fica perfeita. não há como voltar a vesti-la sem beliscar o ego.

eu que me comovo por tudo e por nada #11

«lost in translation», de sofia coppola

dança contemporânea

«bailarina

nuno gomes dança bem. mas não sabe onde fica a baliza.»

hoje não soube outra coisa. até os telespectadores aplaudiram de pé.

o renascimento

«birth of venus», de andy warhol

o meu corpo de vénus nasce nas conchas das tuas mãos.

quando for grande também quero ser neologista

«sentia que a igreja lhe amordaçava o corpo?

- sim, mas a filosofia também o faz. o enorme desprezo pelos sentidos acabou por ser decisivo para eu deixar a filosofia. era impossível continuar sem experimentar, sublimar os meus desejos físicos. essa fisicidade - acabei de inventar uma palavra - foi determinante. [...]»

josé carlos malato em entrevista ao dna de 16 de setembro de 2005

cara ou coroa #2

tria nomina ou pseudónimo, cada nome com o muito peso familiar.

as linhas com que me coso #2

«nadar não é mais difícil que andar de bicicleta. [...]

- como te chamas?

- chamo-me anita e queria aprender a nadar.

- que idade tens?

- tenho sete anos.»

leitora determinada, aos sete anos, equipada com um fato de banho novo, verde e cinza, mais bonito do que desportivo, fiz-me peixe de água doce.

as linhas com que (não) me coso #1

não preciso de ler para acreditar que não é ficção.

da perfeição geométrica

«gabrielle d'estrées e uma das suas irmãs no banho»

da escola de fontainebleau, c. 1549-1599, no louvre

as mamas, redondas, têm vértices.

slb :D - losc :|

os jogos de futebol de interesse nacional deviam ter transmissão obrigatória em canais descodificados a todos os portugueses (todos os portadores de b.i. cuja fotografia apresente bigode ou buço indisfarçáveis e os outros). evitavam-se os relatos mais rápidos do que a bola, os arrepios precedentes da palavra «remate» (hoje fez um frio da islândia), o coração em excesso de velocidade. os golos são dos melhores xanax (com misteriosas manifestações de euforia).

sometimes i'm a jobless man

«a man who isn't working has got too much time on his hands, too much time to dwell on himself and his problems.»

and between weekends i'm a 9h-6h working woman

«looked like he needed to sit down to a good dinner and a cigar afterward.»

(onde se lê «he», leia-se «she»)

op. cit.

caixa de fósforos

aproximadamente 150 chamas

auto-retrato #4

1

singular

água e cloreto de sódio

olhos vermelhos fora das fotografias.

guardar como

antes de guardar jpegs, gifs ou bmps descobertos na internet que remetem para ou retratam pessoas que guardo no telemóvel, na agenda e nos dias - e que encontro nos jornais, nos livros e nos blogues -, quase hesito entre a pasta das pessoas privadas e a das públicas, mas guardo-os sempre na primeira, por ordem alfabética e afectuosa.

regresso às aulas

numa montra de material escolar infantil: cadernos com carros velozes, cadernos com a barbie, cadernos com coelhinhos. da playboy.

auto-retrato #3

little alex a.k.a. alexander de large

beware those who write

«beware those who are always reading books»

charles bukowski

me(ga)lómano

60 gb, 15000 músicas.

dois-um, ganhei eu

uns metros de passos de pés altos e quase nus até ao altar plasmado; duas horas do benfica a ser o maior, até a perder (está orgulhosamente proibida qualquer piada que insinue ou explicite «principalmente a perder»); um empregado de mesa com bigode, logo benfiquista; na parede um anúncio ao vfc vs gvfc avisava que «no bonfim, só o vitória canta de galo»; cinquenta euros de um jantar rico em peixe fresco mas livre de r's carregados, na companhia materna.

all work and no play would make me a dull girl

ontem

no «outro» lado da segunda circular, 21h30

daqui

suores frios

my little brother just discovered rock & roll

pós-trance, 2015.

some girls are bigger than others

«ele aprecia as mulheres altas porque têm mais espaço para beijar.»

agustina bessa-luís, lida numa citação sem indicação bibliográfica.

sem género

humanismo em vez de cavalheirismo.

ad nauseam: dress sexy at my funeral, my good wife

a fog made heavier and darker by smoke and chemical fumes; also : a photochemical haze caused by the action of solar ultraviolet radiation on atmosphere polluted with hydrocarbons and oxides of nitrogen from automobile exhaust. smog.

do you think i look like a smoker?

no masculino, pedem-me cigarros. no feminino, cantam-me jorge palma.

das palavras #umnúmeroqualquer

ciúme; s.f.

here's looking at you, said kiddo.

«kill bill», de quentin tarantino

post pesado

«21 grams», de Alejandro González Iñárritu

o relevo

olhava-o nos olhos para evitar que ele a olhasse nas mamas.

dodecaedro #2

por um lado, gosto de ti. pelos outros, não.

dodecaedro #1

gosto de ti por todos os lados.

da auto-estima

tinha tão pouca que em vez de vaidade sentia vergonha.

artes #5

daqui

rasgar fotografias

eu que me comovo por tudo e por nada #10

corpos adormecidos

a espera

disse que ia ali acabar o su doku samurai e nunca mais voltou.

sábado #2

o primeiro bocejo do dia, «plim, vem almoçar!», sinal de proibido no messenger, dois episódios de csi, sessão fotográfica com o gato, telefonema, lanche, reinstalar do office no portátil materno, remover corajosamente o material de trabalho do saco da feltrinelli - indutor de motivação - e empunhar a esferográfica vermelha, sopa colombiana com frango, abóbora, cenoura, espinafres, coentros, milho e outros ingredientes que eu identificaria mais facilmente se tivesse cozinhado, fruta, dois quadrados de chocolate e um cigarro, windows media player em modo aleatório, um post potencialmente púdico, world wide web.

doze horas bem espremidas e pouco sumo.

das artes #4

eva green em «the dreamers»

vénus de paris, esculpida por bertolucci

sábado

doze horas de sono.

das artes #3

things to make and do:
- evitar fazer listas
- passar menos tempo ao computador
- marcar consulta de oftalmologia
- ir à consulta de oftalmologia
- comprar selos
- enviar e-mails
- cumprir listas

escrever listas

eu que me comovo por tudo e por nada #9

sobrevivência

beleza. modo: on

era tão atraente que as pessoas não o olhavam duas vezes, olhavam uma e muito longa.

quase famosa

«não se importa de me dar um autógrafo?», perguntou o caixa do banco a aproximar de mim um recibo de depositozinho.

eu não sou simpática #2

os senhores muito serventes da obra onde passo todas as manhãs podem confirmar que não respondo aos bons dias, independentemente de desejados em português europeu ou do brasil.