Sunday, August 24, 2008

I'm blessed for I've been shitted on

Dizem - as pessoas que dizem coisas - que dá sorte. Eu estava sentada ao lado de um exemplar do George R. R. Martin, volume x de uma daquelas séries intermináveis, atenta nas últimas páginas do meu The Gathering (o Liam está morto no início) - e se as últimas páginas são importantes num livro!, tanto como as primeiras e as entre -, depois de uma longa viagem de meses para ler uns magros doze euros de livro de bolso - há pessoas que gostam de ler e, mais por defeito que por virtudes da vida, se demoram tanto no que querem como no que não querem fazer -, estava atentíssima nos últimos parágrafos, metida só comigo e aquelas personagens, a querer saber mais delas do que de mim, até ao que me pareceu a sincronia dum bater de asas (quão poética nojeira), o «merda» que o George R. R. Martin cuspiu e o jacto que me caiu nas calças.
Na visita rápida e imunda à casa de banho mais próxima - lembro-me do Trainspotting -, limpei a roupa como pude, à saída ameacei chorar de vergonha e cinco degraus depois ainda ri um bocado, corrosivamente, como convinha, só de não ter motivos para isso. Talvez a sorte venha por oposição. Depois da tempestade, a bonança.

Break all the legs and no hearts

«Eu é que me deixei convencer pela ideia de que havia aqui em casa uma rapariga que queria muito que eu voltasse... Não, não me interrompa, minha querida! E, está a ver, numa pessoa como eu, que já não está propriamente na flor da idade, essa ideia - ou ilusão - teve um efeito extraordinário. A partir daí começou a crescer em mim uma doce... e grata... afeição por si. Achei que tinha de a voltar a ver. E de lhe dizer que partilhava dos mesmos sentimentos que, na minha ilusão, eu pensava que tinha por mim.»



Henrik Ibsen, «A Dama do Mar», in Peças Escolhidas 2, Cotovia, Lisboa, 2008

Conselho de amor(-próprio), modo cortês

Desenmerda-te.

Sunday, August 17, 2008

Words, words, words.

Don't believe everything you read, you don't mean everything you write.

Li não sei onde que o meio não interessa nada

Era uma vez um whisky e fumaram felizes para sempre.
N. B. Este post é da co-autoria do José Cardoso Pires e do José Mário Silva. O meio é meu.