a boy

antony

one day i’ll grow up, i’ll be a beautiful woman
one day i’ll grow up, i’ll be a beautiful girl

farpa

que mal andaste tu a fazer para apolo te castigar dessa maneira?

eu que me comovo por tudo e por nada #13

british accent.

niño rojo

impressão digital

niño colorido

devendra banhart

i'd like to sing to you, if you'd like me to

i'd like to dance with you, if you'd like me to

i'd like to sleep, sleep, sleep, sleep, sleep with you

alone

o amor é uma ciência exacta

(against)math

1+1=1

almada negreiros

dicionário queirosiano

fradique: ser que, pela sedução ou pelo génio, domina uma civilização; aprendeu o latim; iniciado, ainda antes de lhe nascer o buço, na crítica da razão pura; estudou direito nas cervejarias que cercam a sorbonne; com um ímpeto de ave solta viajou por todo o mundo; conversou com o vidente dos miseráveis; foi amado por uma excelsa mulher.

dicionário afectivo

fradique: substantivo felino.

retrato com gato

plim e fradique

novembro 2004

uma miúda é uma miúda

angelina jolie

onomástica e retórica

era uma figura com tanto estilo que o seu nome era um pleonasmo.

haiku popular

simão

faltazinha

golão.

talento literário

- tens escrito?

- tenho, mensagens.

early morning mood

levantava-se com os minutos tão contados que nem tinha tempo de ficar rabugenta.

short story, big wish

chegou a um beco e voltou atrás.

auto-retrato #10

...

a girl who gets up early
a girl who stays up late
...

serviço de reencaminhamento #2

para posts em 35 mm, prima dois.

urgência oftalmológica

numa cena de «les poupées russes», wendy sugere a xavier que leia betrayal, de - e foi o que vi na legenda - «harold pinker». ou vejo muito mal ou assisti a um crime cuja multa ascende a dez milhões de coroas suecas.

im(possível)perfeição

romain - xavier - duris
em «les poupées russes», de cédric klapisch

o real sabor da infância

chocolate de leite com sabor a laranja

my favourite kind of blonde

mr. blonde - you kids shouldn't play so rough. somebody's gonna start cryin'.

michael madsen

em «reservoir dogs», de quentin tarantino

pois

«agrada-me a ideia de não ser linear a forma como as pessoas olham para mim. não me parece que um artista deva ser um descanso para os olhos de quem o vê.»

david fonseca, ao y, 21 de outubro de 2005.

três pontos

c. - o teu slb lá ganhou aos fraquinhos da amadora. sabe-se lá como.

plim - com dois golos.

«sunrise: a song for two humans», 1927

a média de idades na sala era tão elevada que algumas pessoas viram o filme pela primeira vez no ano de estreia.

14h30

«sunrise: a song of two humans», de f. w. murnau

animar

do Lat. animare; 1. v. tr., dar alma, vida, movimento, coragem, entusiasmo; dar vivacidade; desenvolver; 2. v. refl., cobrar alento; resolver-se; decidir-se; 3. ir ao nimas.

esta vai ser uma longa noite

amanhã o sol nasce às 14h30.

meet me in the bathroom*

salma hayek

*com the strokes

para o r.

chorar como ela

madalena é das que se vêm e choram - por mais.

a qualquer hora

na cidade do corpo, o arrepio encontrava-se com a vontade na esquina do pescoço com o ombro.

serviço de reencaminhamento #1

para posts em caixa baixa, prima um.

1h35

postar ou dormir, postar ou dormir, postar ou dormir, postar ou dormir. e dormir.

eu que me comovo por tudo e por nada #12

«diz-me devagar coisa nenhuma.»

jorge de sena

empate escreve-se com dois g

grande golo.

fumar provoca indecisão

em que canto do cinzeiro redondo hei-de apagar o cigarro?

das artes #7

charlotte haze: hum, you just touch me and i... i... i go as limp as a noodle. it scares me.

humbert humbert: yes, i know the feeling.

«lolita», de stanley kubrick

piazza maggiore, bologna

das artes #6

«to do, to act, to perform...»

hamlet, acto v, cena i; william shakespeare

teatro nacional de são carlos

sem palavras

monica bellucci

trabalho bicolor

as páginas do meu livro de recibos verdes são azuis.

the vicious five

«we got enough self esteem to have no self esteem.»

talento musical

e. (toca guitarra) - exercito muito a mão esquerda.
- eu exercito as duas, nas teclas.
e. - não sabia que tocavas.
- toco, pc e mac.

auto-retrato #9

mozart dixit

analfabeta

a fome ao fim-de-semana

às 13h, almoçar ou tomar o pequeno-almoço?

os relatos desportivos

ou tomo um ansiolítico ou adiro à sport tv.

0-2

para o vítor,

com admiração,

nuno.

tira-nódoas da auto-estima

banho de lascívia.

auto-retrato #8

marilyn monroe

franja de loura

how to spot a blogger #2

chega atrasado, de vermelho e com a mala das migrações diárias, e senta-se discreto na cadeira ao fundo.

chamam-lhes dias úteis

com manhãs assim, todos os dias são 13.

as linhas com que me coso #3

alexandra foi à casa de banho e à cozinha e voltou com gelo e uma nova garrafa de whisky. encontrou o companheiro como o deixara, nu em cima da cama, a barba a luzir. havia uma luz de febre a cobri-lo.

«sabes quais são as três melhores coisas que há no mundo?», perguntou-lhe para desanuviar. abriu a garrafa, serviu um copo. «as três melhores coisas que há no mundo», disse sorrindo, «são o whisky antes e o cigarro depois.»

josé cardoso pires, alexandra alpha, lisboa, dom quixote, 1998

os amigos querem-se perto

o lobo antunes abraça apertado o cardoso pires.

the thin invisible wall

sidewalk café, boulevard diderot

por henri cartier-bresson

falácia

mensagem enviada: strange hard days.

mensagem recebida: strani e duri giorni anche per me.

se a mensagem em italiano veio de parma, a mensagem em inglês foi de londres.

the raveonettes

pretty in black

em exibição

ao passar pelo post 222, pensou encerrar para obras, até pensou demolir o blogue, mas.

metal precioso

a prata dos chocolates.

w for welles

6 maio 1915 - 10 outubro 1985

o outono

temos uma queda por ele, disseram as folhas.

cento e oitenta e seis páginas

ontem reflecti tanto que hoje tenho tudo para fazer.

revisto e incorrigível

«lost in translation», de sofia coppola

post molhado

il pleure dans mon coeur

comme il pleut sur la ville

paul verlaine

se eu me esquecer de ti, georg rosenberg...

havia no georg rosenberg uma preocupação moral que estava longe de parar nas acções de cada indivíduo considerado louco. perceber aquilo em que eles pensavam era também um objectivo; existia uma atenção excepcional em redor daquilo que nunca se vê: o interior da cabeça.

uma das mais perturbantes perguntas do doutor gomperz, a qualquer doente, era precisamente esta: em que é que está a pensar, meu caro?[...]

gomperz por vezes atrevia-se mesmo a colocar a um paciente a seguinte questão: sabes em que é que deves pensar? tal como o professor de uma disciplina, como a matemática ou a gramática, fazia uma pergunta concreta sobre um determinado conteúdo, gomperz fazia esta pergunta como se o outro estivesse num exame e só existisse uma resposta certa. até para as pessoas saudáveis era perturbante.

a picture for your thoughts

what are you thinking?

remorso

diz-lhe a este remorso que se modere,
é bom por certo, mas perigosamente parcial.
não te inculpes e atormentes tanto com o passado.
não dês tanta importância a ti próprio.
menor foi o mal que fizeste
do que tu julgas; muito menor.
a virtude que te trouxe agora o remorso
também estava na altura latente em ti.
eis que um acontecimento que de repente
à tua memória regressa explica
o motivo duma acção tua que te parecia
não louvável, mas agora se justifica.
não confies totalmente na tua memória;
muitas coisas esqueceste − miudezas diversas −
que te justificavam bastante.

e não julgues que o ofendido
o conhecias tão bem. havia de ter dons, que ignoravas;
talvez nem sequer fossem arranhões aquilo
que tu julgas (por ignorância da vida dele)
terem sido feridas terríveis causadas por ti.

não confies na tua fraca memória.
modera a memória que é sempre
até à falácia parcial contra ti.


[inconcluso, 1930]
konstandinos kavafis, os poemas, lisboa, relógio d'água, 2005

tratava os leitores por arthur ou bruce

what are you doing here?

esquartejados, cozidos e açucarados

gosto de marmelos.

de todo, positivamente

- gostas do meu corpo?

- de todo.

and my vote goes to...

bloc party

o dia antes

se amanhã é mais uma segunda-feira, hoje é domingo.

a mulher de ninguém

não era atraente, mas parecia-o.

topónimo

a única explicação para uma fotografia de mim se chamar «monumental» é ter recebido o nome do local onde foi tirada.

modus vivendi

tinham um caso tão tremido que comunicavam sempre em itálico.

o dia depois

às vezes as melhores coisas do fim-de-semana acontecem em noventa minutos de segunda-feira.

viagem alucinante de domingo de manhã

no regresso do hipermercado, mais uma lombada na dvdteca:

«fear and loathing in las vegas»,

de terry gilliam, sobre hunter s. thompson

«if a thing like this is worth doing at all, it's worth doing right.»

indicador de correcção ortográfica

sinal amarelo, ler com atenção.

sintaxe

gonçalo m. tavares, o senhor brecht, lisboa, caminho, 2004

alguns erros de sintaxe no texto que condenava um homem à morte transformaram esse homem em novo rei.

esse novo rei, que escapara por um triz sintáctico à pena de morte, decidiu utilizar outros meios para determinar o enforcamento do antigo rei. evitando escrever uma única linha, falou. porém, explicou-se mal. os seus próprios homens, obedecendo às suas palavras, enforcaram-no.

auto-retrato #7

t-shirt de (não) dormir

vejo-me grega para adormecer.

any given music night #2

funeral

fim

quando eu morrer batam em latas,

rompam aos saltos e aos pinotes,

façam estalar no ar chicotes,

chamem palhaços e acrobatas!

que o meu caixão vá sobre um burro

ajaezado a andaluza...

a um morto nada se recusa,

eu quero por força ir de burro.

mário de sá-carneiro

any given music night #1

música altamente potável

any given music day #2

louis xiv, c. 1700, por rigaud

louis xiv, 2005

any given music day #1

música pelas paredes

daqui

adeus

ele gostava de a ver pelas costas quando ela lhe sorria com as covinhas de cima do cóccix.

auto-retrato #6

wake me up before i sleep

(deus)

1+1+1=0

ao terceiro post insone, descobriu a form(ul)a de ninguém lhe perguntar «queres dormir comigo?»